domingo, 3 de agosto de 2014

alma passarinho



minh'almaparece passarinho
que viveu apenas em gaiola...
tem  asas pra ir longe,
não se aquieta onde está
mas tem medo de abrir as asas pra voar...



domingo, 30 de janeiro de 2011

O medo...



 imagem google

            Houve um tempo de descrenças. De desconfianças. De medos... 
 Não importava a promessa feita pelo sol ; haveria sempre uma nuvem. Uma sombra. Uma dor. Sempre uma justificativa para erros e acertos. Sempre a procura de uma explicação. Embora não permanecesse na  janela, sem ver a vida passar como  Carolina, a moça passava junto com a vida. Apenas passava. Aventurando-se quando a insegurança permitia. Carregando dentro de si um desejinho de ser importante; de sonhar. Mas havia o medo...
            Um dia, alguém contou uma história e ela chorou. A moça sentiu , que  dentro das palavras moravam  a doçura, a grandeza, a força, a dor, a coragem, a delicadeza, a saudade, a vida! E a vida que havia dentro dela, ameaçou aparecer. Mas, o medo...
            Um dia, alguém dançou e ela chorou. Sentiu que moravam nos gestos a energia, a luz, o movimento, a leveza, o ritmo, a palavra! E a palavra quis escorregar pela boca, pelas mãos, pelo corpo. Mas, o medo...
            E quando a moça estava cansada das correntes do medo, o moço apareceu. Não foi preciso um beijo para despertá-la; nem subir pelas tranças de seus cabelos. Não foi preciso um cavalo ou um reino. Ele apenas a amou. Respeitou os medos que a moça possuía e confessou também possuí-los. Outros. Diferentes, mas de igual tamanho. Ela apenas o amou. Respeitou os medos dele.
            Há um tempo de mãos dadas. De olhar atento. De braços que abraçam. De ouvidos que ouvem. De pés que caminham. Os medos e as inseguranças ainda passeiam por lá; mas não podem mais escurecer o sol...

domingo, 29 de agosto de 2010

as pedras da minha rua



foto bswperman


As pedras da minha rua
são as mesmas pedras de ontem
e serão as mesmas de amanhã.

Mas hoje... Ah! Hoje,
depois de um longo inverno
o sol deitou sobre elas seu hálito quente,
pedaços de calor sob meu portão...

As pedras da minha rua
são as mesmas pedras de ontem
e serão as mesmas de amanhã.

Mas hoje... Ah! Hoje,
a lua intumescida de luz
beijou o chão escuro da minha rua,
pedaços de prata sob meu portão...

As pedras da minha rua
são as mesmas pedras de ontem
e serão as mesmas de amanhã.

Só eu não sou a mesma,
trago nos pés o calor vigoroso do meu chão,
carrego nos olhos o encantamento
das pedras iluminadas da minha rua!



segunda-feira, 24 de maio de 2010

pequena oração por mim





Permita-me escolher a sabedoria

do sorriso tranqüilo,

do ouvido que acolhe,

do olhar iluminado,

do encantamento das palavras,

do sono reparador,

da transparência da água,

da construção da paciência

da doçura do canto,

da força do trabalho,

da crença em mim mesma

e nos mistérios que me cercam.


domingo, 4 de abril de 2010

simples assim



É que às vezes me ponho na rede

e sentindo o embalo, me sento calada

olhando pro nada mas vendo de tudo.

Respirando esse cheiro bom de terra molhada,

aspirando essa vida que brota

que insiste e que resiste...

Mergulhando a alma na imensidão do céu

que aos poucos se colore

de lavanda, ameixa e dourado,

passeio os olhos pelo pasto e pelo roseiral.

Meus ouvidos, encantados pelos

pássaros que se despedem

e pelos grilos que chegam,

são despertados

pelos sons dos passos que te anunciam.

Meu corpo reconhece

o movimento do teu que se aproxima...

E espero com um sorriso guardado

- na boca entreaberta-

que você chegue

e me deite um beijo calmo e macio.




segunda-feira, 29 de março de 2010

entrega

imagem google


E eis que o tempo

me enlaça pela cintura


há tanto que me chama pra dançar...


E eu que não desejo fugir,

que não tenho pra onde ir,

encosto em seu ombro

e me deixo envolver

pela voz lânguida

do tempo que me consome.


Nada é mais real

que os seus braços

em torno de mim...



domingo, 7 de fevereiro de 2010

os olhos, a cabeça



Meus olhos ardem

me chamando pro descanso...

mas minha cabeça

dona de si e senhora de tudo

não deixa que minhas mãos parem

não permite que o corpo se renda

“Ainda há tempo”

Ela faz ecoar dentro de mim...