Houve um tempo de descrenças. De desconfianças. De medos...
Não importava a promessa feita pelo sol ; haveria sempre uma nuvem. Uma sombra. Uma dor. Sempre uma justificativa para erros e acertos. Sempre a procura de uma explicação. Embora não permanecesse na janela, sem ver a vida passar como Carolina, a moça passava junto com a vida. Apenas passava. Aventurando-se quando a insegurança permitia. Carregando dentro de si um desejinho de ser importante; de sonhar. Mas havia o medo...
Não importava a promessa feita pelo sol ; haveria sempre uma nuvem. Uma sombra. Uma dor. Sempre uma justificativa para erros e acertos. Sempre a procura de uma explicação. Embora não permanecesse na janela, sem ver a vida passar como Carolina, a moça passava junto com a vida. Apenas passava. Aventurando-se quando a insegurança permitia. Carregando dentro de si um desejinho de ser importante; de sonhar. Mas havia o medo...
Um dia, alguém contou uma história e ela chorou. A moça sentiu , que dentro das palavras moravam a doçura, a grandeza, a força, a dor, a coragem, a delicadeza, a saudade, a vida! E a vida que havia dentro dela, ameaçou aparecer. Mas, o medo...
Um dia, alguém dançou e ela chorou. Sentiu que moravam nos gestos a energia, a luz, o movimento, a leveza, o ritmo, a palavra! E a palavra quis escorregar pela boca, pelas mãos, pelo corpo. Mas, o medo...
E quando a moça estava cansada das correntes do medo, o moço apareceu. Não foi preciso um beijo para despertá-la; nem subir pelas tranças de seus cabelos. Não foi preciso um cavalo ou um reino. Ele apenas a amou. Respeitou os medos que a moça possuía e confessou também possuí-los. Outros. Diferentes, mas de igual tamanho. Ela apenas o amou. Respeitou os medos dele.
Há um tempo de mãos dadas. De olhar atento. De braços que abraçam. De ouvidos que ouvem. De pés que caminham. Os medos e as inseguranças ainda passeiam por lá; mas não podem mais escurecer o sol...