sábado, 15 de agosto de 2009

o livro que não devolverei

(imagem Google)

Ontem a tarde estava linda! Céu azul e limpo. O sol trazia um calorzinho acolhedor. De onde estava podia ver as montanhas do Vale e ouvir os pássaros cantando. Tudo o que via e sentia naquela tarde era de uma beleza triste. E minha cabeça rodava um filme antigo... Eu estava em um cemitério, enterrando alguém que admirava! Sabe uma daquelas pessoas que você tem certeza de que nunca irão embora? E que quando vão, foram cedo demais? Não consegui deixar de pensar no livro emprestado, que ainda estava comigo e das várias vezes que planejamos a devolução. Um livro lindo do Eugênio Barba – intenso e poético! Pensei na faculdade, nos colegas, nos desafios, nas risadas, nas orientações e nas lágrimas durante a apresentação do TCC e nas inúmeras coisas que vivi neste período.

Numa situação assim é inevitável pensar no que deveríamos ter feito, nas pessoas que precisamos reencontrar antes que também resolvam partir, no que ainda é preciso realizar. Pensei naquilo que falarão de mim quando for a minha vez de partir e me dei conta de que ainda tenho muito pra melhorar!

Quando estamos vulneráveis, nos agarramos naquilo que possa nos fortalecer. Nessa situação tão singular, encontrei pessoas queridas. Abracei. Falei do passado. Fiz promessas de manter o contato. A morte escancara a linha tênue da vida. A brevidade do tempo. A efemeridade das coisas. Olhei pro rosto das pessoas, tristes com a despedida e que buscavam na memória histórias de bons momentos - e quantos eram! Percebi que mesmo que nunca mais encontremos algumas pessoas, elas estarão sempre ali, num lugar especial dentro da gente.

A tristeza é um sentimento estranho. Ela dói, mas é calma. Fica ali segurando suas mãos por um longo tempo. Voltei pra casa abraçada com a tristeza, pensando nas lembranças, na saudade e no livro que jamais será devolvido...





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