![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHCGAXZPpt-9KpZZcQGEqSpC7UCd7-o_j1_sWl9sERHJF9iCECrR2I0qeUmfPKm5E6Jd6BUt_wU_cKlYah6VRcNv0U0bcZTP5kBHWndmacEe-XXMC_PXtfRFI5SN-fH24WyNhv_i6CsSCM/s320/blindness-4.jpg)
O calor desmedido queimava minha pele
e o suor escorria lentamente encharcando-me a roupa.
Na rua, operários trabalhavam ruidosamente sem parar
e minha cabeça girava como se fosse explodir
como se quisesse saltar dali pra um lugar bem longe.
As poucos o cansaço tomou conta dos meus músculos
sentia-me derreter
sentia-me sem saída
e recorri ao chuveiro
que despejou sobre mim gotas d’água ferventes.
A noite chegou e eu saí
fui para a rua em busca de alívio
andei sem destino
consumida pelo calor e pelo cansaço.
Foi assim, de repente,
que o céu começou a vazar pingos de sanidade
a água molhou cabelos, meu rosto, meu corpo
parei no meio do nada
e me deliciei com cada beijo molhado
enquanto as pessoas corriam apressadas
abrindo desajeitadamente seus guarda-chuvas
eu não desejava fugir!
ergui minha cabeça
libertei um sorriso
entreguei-me
e fiz amor com o vento...
Parabéns Cíntia,
ResponderExcluirLindo texto... Adoro a forma que você escreve, as palavras estão exatamente nos lugares em que deveriam estar, uma sensibilidade incrível. Que está sendo colocada de uma maneira muito doce.
Continue assim... bjssss